Se você é vegano, provavelmente já se deparou com todos os tipos de perguntas, especulações, estereótipos e suposições que outras pessoas têm sobre esse estilo de vida. Você não fica com fome o tempo todo? Você não se sente fraco? Você come apenas saladas todos os dias? Vamos desmascarar esses e outros mitos sobre o veganismo agora!
Mito #1: Gestantes não devem ser vegan
Muitos vegans se perguntam se devem ou não continuar com sua dieta vegana ao saber de uma gestação, porque acreditam que isso pode não ser bom para a saúde do bebê. A verdade é que todas as pessoas grávidas, independentemente de decidirem seguir uma dieta vegana ou onívora, devem prestar mais atenção ao que comem, a fim de obter nutrição adequada para promover o desenvolvimento apropriado da criança durante a gestação.
Um estudo mostrou que a dieta vegana, se bem planejada e balanceada, é considerada segura para a formação do feto ou durante a lactação. Além disso, uma revisão sistemática de nove estudos sobre gestantes veganas e vegetarianas chegou à mesma conclusão.
Mito #2: Crianças não são saudáveis sem comer carne
Para muitos pais, a ideia de criar seus filhos "apenas" com vegetais, cereais, leguminosas, frutas e nozes é difícil de digerir. Por um lado, porque existe um estereótipo, fortemente massificado pelo marketing e pela publicidade, de que a carne vermelha e o leite ajudam as crianças a crescerem fortes. Por outro, algumas crianças, quando acostumadas com junk food, podem relutar em comer vegetais e preferir abusar de cachorros-quentes, nuggets e outros.
No entanto, à medida que mais e mais pessoas se tornam veganas, é natural que seus filhos sigam o mesmo estilo de vida. A British Dietetic Association afirma que é possível seguir uma dieta baseada em vegetais que sustente uma vida saudável para pessoas de todas as idades. Ela pode ser nutricionalmente completa, desde que seja feito um planejamento cuidadoso, incluindo proteínas, carboidratos e gordura suficientes para garantir que as crianças recebam calorias adequadas para seu crescimento. Além disso, as dietas veganas apresentam uma oportunidade para as famílias ensinarem às crianças sobre nutrição e princípios de alimentação saudável desde cedo, e podem até mesmo oferecer benefícios à saúde.
Mito #3: Dietas veganas não te deixam forte
Existe um equívoco comum de que a carne é a única forma de obter proteína. Mas tofu, tempeh, legumes, nozes, sementes e grãos integrais também têm proteínas! Na verdade, de atacantes de futebol a levantadores de peso olímpicos, a artistas marciais e jogadores de tênis famosos, atletas de elite estão mudando para uma dieta vegana porque melhora o desempenho esportivo.
“Definitivamente mudou toda a minha vida. Mudou o ritmo em que vivo. Mudou tudo (...) Há algo que acontece quando você está se alimentando de forma saudável, isso te faz sentir orgulhoso e te faz sentir que está fazendo a coisa certa. Quando você come de forma não saudável, há uma certa culpa... Então, adoro essa sensação de quando estou comendo de forma saudável”, disse Venus Williams em uma entrevista de 2017 para a revista Health.
Mito #4: Veganos só comem salada
Comer à base de vegetais não significa simplesmente comer saladas, mas, ao contrário, quando você se torna vegano, uma gama de possibilidades culinárias se abre diante de seus olhos. Um vegano pode comer uma grande variedade de alimentos vegetais, especiarias, sabores e cores, receitas vindas de todos os cantos do mundo, como sushi vegano, tempeh indonésio e homus do Oriente Médio.
Ser vegano não é nada restritivo! Deixar de consumir produtos de origem animal significa que você vai descobrir como cozinhar de forma mais saudável e rica.
Mito #5: Ser vegano é modinha
Muitas pessoas acreditam que ser vegano é apenas uma moda passageira e que os veganos querem apenas parecer "cool". Nos últimos anos, o número de restaurantes, revistas e sites sobre veganismo tem crescido e as pessoas estão cada vez mais conscientes do impacto que suas dietas têm sobre si mesmas e para o mundo.
A maioria dessas pessoas não nasceu vegana, mas escolheu esse estilo de vida. Elas se tornam veganas por vários motivos, mas principalmente para cuidar do meio ambiente e dos animais e melhorar sua saúde, uma vez que os produtos de origem animal há muito são associados a doenças como diabetes, doenças cardíacas, derrame e câncer, para citar apenas algumas.
Por outro lado, o veganismo e as dietas à base de vegetais não são nenhuma novidade. Muitas culturas antigas praticam esse estilo de vida desde sempre. Veja por exemplo os hindus, budistas, taoístas e jainistas; eles há muito promovem dietas baseadas em vegetais e a não-violência por razões éticas.
Mito #6: Humanos só conseguem proteínas e cálcio de produtos animais
As proteínas animais vêm indiretamente dos vegetais, uma vez que os animais são criados essencialmente comendo grãos ou pastagem. Portanto, em vez de comer animais para obter essas proteínas, você pode obtê-las diretamente de fontes vegetais, como soja, lentilha, feijão, grão de bico, ervilha, entre outras. O mesmo se aplica a nutrientes como cálcio e ferro.
Além disso, o leite não é tão bom quanto todo mundo pensa. Um estudo concluiu que quanto mais leite homens consumiam na adolescência, mais fraturas ósseas tinham quando adultos. Outro estudo mostrou que o consumo de produtos lácteos tem sido associado ao câncer de próstata e de mama, à suscetibilidade ao diabetes e pode encurtar a expectativa de vida por meio do aumento do estresse oxidativo.
Em relação ao cálcio fornecido pelos alimentos, uma série de estudos do Projeto Cornell-China-Oxford sobre Nutrição, Saúde e Meio Ambiente (conhecido como Estudo da China) relacionou a baixa densidade óssea e a osteoporose a dietas ricas em carne. Por outro lado, os veganos podem obter cálcio de fontes não lácteas, por exemplo de vegetais verde-escuros como brócolis ou couve, ou leites vegetais fortificados. A maioria das bebidas à base de soja contém 120 mg de cálcio por 100 ml - quase o mesmo que leite de vaca, só para dar um exemplo.
Mito #7: Ser vegano é caro
Ser vegano não significa comprar imitações de carne processada ou substitutos do queijo no supermercado. Se optamos por esse padrão de consumo, tornar-se vegano pode ser caro, realmente.
Mas, ao contrário, se planejarmos conscientemente nossa dieta, podemos economizar dinheiro em comparação com uma dieta onívora, já que vegetais e grãos são muito mais baratos do que carne e laticínios. Você pode comprar frutas e vegetais da estação na feira, congelar sobras para usar em sopas e vitaminas, comprar alimentos a granel (especialmente os grãos e castanhas) e cozinhar do zero em vez de comprar alimentos processados ou pedir delivery. Além disso, é isso que torna uma dieta vegana mais saudável!
Mito #8: Veganos normalmente têm algum tipo de deficiência nutricional
Qualquer pessoa sob qualquer tipo de dieta pode ter deficiências nutricionais. Não é que, apenas por ser vegano, a pessoa sofra diretamente de falta de alguns nutrientes.
Sabe-se que a deficiência de B12 é muito prevalente entre pessoas que comem produtos de origem animal, e pode acontecer também com os veganos quando eles não fazem suplementação. É por isso que é altamente recomendado que pessoas com baixo nível de B12 tomem suplementos.
Por outro lado, um estudo de Oxford mostra que os veganos têm níveis mais elevados de vitamina B9 em seus organismos do que pessoas que comem produtos de origem animal, por exemplo.
Em geral, argumenta-se que os veganos não obtêm proteínas suficientes, mas a verdade é que o excesso de proteína, ferro e cálcio são os principais contribuintes para a perda óssea, pedras nos rins e insuficiência renal. Por outro lado, os veganos tendem a comer mais fibras, o que é extremamente importante para reduzir os níveis de açúcar no sangue, prevenir doenças crônicas, pode reduzir o risco de câncer colorretal e até mesmo diminuir o colesterol.
Mito #9: Você vai se sentir com fome e cansado o tempo todo
Embora vegetais e grãos possam muitas vezes não parecer satisfatórios para pessoas que comem produtos de origem animal, dados científicos mostram que vegetais ricos em amido, como batata, abóbora, lentilha, milho, inhame e feijão aumentam a saciedade, estão associados a uma melhor saúde intestinal, reduzem a fome, e ajudam a manter os níveis de energia estáveis ao longo do dia. Por outro lado, se uma dieta balanceada não for seguida, a deficiência de vitamina B12 e ferro pode causar fadiga, dores de cabeça, tontura e anemia.
Se às vezes você não sabe como responder a certas perguntas, aqui oferecemos a você várias respostas possíveis e embasadas cientificamente. Seguir uma dieta totalmente baseada em vegetais representa uma das maneiras mais eficazes de mudar o mundo e apoiar um sistema alimentar mais justo e sustentável que não prejudique os animais ou o meio ambiente. Considere abandonar a carne, laticínios e ovos.
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