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8 impactos das enchentes em animais da pecuária no Rio Grande do Sul

Atualizado: 27 de mai.

De riscos à saúde até falta de alimentos, o impacto vai além dos afogamentos


Com o retorno das chuvas nesta quarta-feira (22), milhares de animais seguem em risco no Rio Grande do Sul. Infelizmente, o sofrimento dos animais da pecuária neste desastre vai além dos que perderam a vida levados pela água ou em galpões inundados.


De riscos à saúde até falta de alimentos ou problemas no abastecimento de energia elétrica, veja 8 formas como as enchentes no Rio Grande do Sul podem impactar milhares de animais explorados para consumo:

1. Exposição prolongada à água


Animais que têm as patas ou o corpo submersos por dias, como bois e cavalos em áreas alagadas, podem desenvolver podridão dos cascos e feridas na pele. Além disso, aumentam as infecções fúngicas, a proliferação de bactérias e de doenças transmitidas pela água, como leptospirose — que pode, inclusive, ocasionar abortos. 


2. Hipotermia


A hipotermia pode acontecer devido à exposição prolongada à água ou por falta de eletricidade em ambientes fechados — sem o devido controle da temperatura, milhares de animais em galpões podem morrer de frio, especialmente frangos. 


3. Falta de alimentos e água


Milhares de animais no Rio Grande do Sul estão sofrendo com a falta e o racionamento de ração, devido a bloqueios nas rodovias, e com a instabilidade no abastecimento de água. A situação aumentou a taxa de mortalidade dos rebanhos.


4. Estresse


Em situações de desastre, o estresse intenso pode gerar brigas em confinamentos de alta densidade ou mesmo entre espécies diferentes abrigadas juntas. Combinado à falta de alimentos, o estresse também pode prejudicar a imunidade dos animais — deixando-os mais suscetíveis a doenças.


5. Mastite


O Rio Grande do Sul já registra casos de aumento de mastite, uma infecção dolorosa nas mamas — comum em vacas e porcas exploradas pela pecuária. A umidade aumenta a proliferação de bactérias em um momento em que os animais já estão com a imunidade fragilizada.


6. Pastos inundados


Em áreas alagadas por muitos dias, a vegetação fica submersa e os animais não conseguem se alimentar, podendo levar à subnutrição e à deficiência de minerais.


7. Ferimentos graves


Ao tentar escapar da água, muitos animais acabam se debatendo amarrados ou presos em gaiolas, outros sobem uns nos outros ou tentam escalar as estruturas ao seu redor. O desespero pode levar à morte ou a ferimentos graves, inclusive ossos quebrados, sem garantia do devido cuidado veterinário em meio ao desastre.


8. Pastos inundados


A pecuária industrial opera em grande escala. Isso significa que a paralisação das operações, mesmo por um ou alguns dias, como aconteceu este mês no Rio Grande do Sul, pode rapidamente gerar um efeito dominó — sobrecarregando a capacidade limitada das instalações onde esses animais são criados, normalmente já em condições intensas. É um modelo insustentável.


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