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Banco BNP Paribas sinaliza ruptura com as piores práticas da pecuária intensiva



O banco francês BNP Paribas anunciou uma nova política que encoraja todos os fazendeiros por eles financiados a “mudarem suas práticas para um sistema que tenha mais respeito pelo bem-estar animal”, tomando por referência os Padrões Mínimos de Responsabilidade (FARMS RMS) estabelecidos pela FARMS Initiative. O BNP Paribas é o oitavo maior banco do mundo em ativos.


A FARMS RMS inclui a proibição do uso de gaiolas para galinhas poedeiras e frangos, de celaspara porcas e bezerros, e a proibição de confinamento e uso de qualquer tipo de cordas para amarrar bovinos.


O alinhamento com a FARMS RMS também exige que produtores reduzam as densidades de confinamento, que forneçam ambientes enriquecidos e a supressão de procedimentos dolorosos como a castração e o corte de cauda e de bico. Também proíbe o uso de antibióticos como método de prevenção de doenças, limita a duração de transportes, estabelece critérios de atordoamento antes do abate, entre outros.


“Esse é um passo importante e estamos muito contentes de ver um banco se movimentando nessa direção. Mas não é o suficiente. Nós esperamos ansiosamente ver isso ser exigência do BNP Paribas, com prazos para que seus clientes cumpram os critérios da FARM RMS”, afirma Merel van der Mark, responsável pelo programa de bem-estar animal e finanças da Sinergia Animal, ONG internacional de proteção animal. “A Sinergia Animal está acionando instituições financeiras, incluindo o BNP Paribas, para que adotem políticas de bem-estar animal. Nós esperamos ver mais bancos adotando medidas para proteger os animais”.


Essa nova política foi divulgada através de um comunicado de imprensa que também anunciava uma nova política restritiva direcionada ao combate do desmatamento da Amazônia e do Cerrado, com foco nas redes de abastecimento de carne e soja. A pecuária intensiva é o maior causador de desmatamento dessas regiões e é também um fator importante para a emergência de doenças zoonóticas, além de contribuir para as alterações climáticas, problemas de saúde, resistência microbiana, desigualdade social e outras problemáticas.


Por causa dos imensos impactos do setor pecuário nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e das metas do Acordo de Paris, a Sinergia Animal pede também aos bancos de desenvolvimento que parem de financiar a pecuária intensiva (leia aqui a carta aberta aos CEOs). “Os bancos de desenvolvimento deveriam representar o interesse público, pois são financiados com dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos. Ou seja, eles deveriam direcionar seus investimentos a um futuro com um sistema de alimentação mais sustentável – apoiando práticas agrícolas como a agroecologia, sistemas indígenas de agricultura, agroflorestas, fazendas orgânicas e a alimentação à base de vegetais, por exemplo”, explica van der Mark. Clique aqui para assinar a petição e apoiar essa campanha.

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