A Sinergia Animal assinou na quinta (4 de junho) uma carta conjunta apoiando a ONU Meio Ambiente em seu compromisso de promover dietas mais resilientes e sustentáveis e ricas em produtos de origem vegetal ao redor do mundo. O documento é iniciativa de uma coalizão de organizações da sociedade civil que vem trabalhando para garantir sistemas alimentários mais sustentáveis e equitáveis, incluindo Greenpeace, ProVeg, Global Forest Coalition e Better Food Foundation.
"Nós instamos a ONU Meio Ambiente a defender ainda mais dietas ricas em vegetais e sistemas alimentários realmente sustentáveis. Isso é essencial para combater a degradação ambiental e as mudanças climáticas, ao mesmo tempo que mitigamos o risco de pandemias e caminhamos em direção a sociedades e economias mais resilientes", afirma a carta.
A pandemia de Covid-19 nos mostrou as numerosas conexões entre os sistemas alimentários e surtos de doenças zoonóticas, e que uma transformação profunda é imperativa.
A ONU Meio Ambiente já destacou essas interconexões no 2016 Frontiers Report. O documento afirma que desmatamento e mudanças no uso da terra, resistência a antibióticos, intensificação da produção animal e mudanças climáticas são fatores que aumentam o risco de emergência de doenças e são consequências diretas de dietas com um consumo elevado de carne.
Milhões de pessoas estão enfrentando insegurança alimentar devido à crise da Covid-19, o que tornou evidente a necessidade de uma mudança de paradigma em direção a sistemas alimentares mais estáveis e sustentáveis para o meio ambiente e a saúde pública.
"Nossos hábitos alimentares atuais, combinados à projeção de crescimento da população para 10 bilhões de pessoas até 2050, vão exacerbar os riscos para as pessoas e o planeta. Então precisamos urgentemente mudar nossas dietas", diz Carolina Galvani, presidente da Sinergia Animal.
"Essa pandemia demonstra que uma ação global decisiva e coletiva não é apenas possível, mas também urgente. É uma janela de oportunidade para transformarmos nosso sistema alimentar atual em um sistema mais sustentável, resiliente e que permita dietas saudáveis sem destruir ecossistemas ou colocar em risco a vida selvagem e os seres humanos", completa.