Mais de 14 mil ovelhas estão presas dentro do navio Queen Hind, no Mar Negro, na costa da Romênia, desde que a embarcação tombou. Todos os trabalhadores, cerca de 20 pessoas de nacionalidade síria, foram retiradas do navio imediatamente. Ainda é incerto o que vai acontecer com os milhares de animais não-humanos que permanecem dentro do barco.
Uma operação envolvendo militares, polícia, bombeiros, mergulhadores e a guarda costeira está sendo conduzida para tentar salvar os animais. Em vídeos, é possível ver animais pendurados nas "janelas" do navio, alguns deles ainda vivos. Até o momento, apenas 32 ovelhas foram resgatadas.
Algumas ovelhas que conseguiram escapar foram vistas nadando no mar, mas logo desapareceram. Ovelhas não possuem grande habilidade para nadar, por causa de seu grosso manto de lã que absorve muita água e faz com que elas afundem rapidamente, afirma Richard Ehrhardt, especialista em ruminantes e professor de ciências animais da Michigan State University, ao The New York Times. De fato, muitas podem ser vistas boiando mortas em fotos.
O navio ia em direção à Arábia Saudita depois de deixar o porto de Midia, na Romênia, no domingo (24). A Romênia é o terceiro maior criador de ovelhas da União Europeia, atrás apenas do Reino Unido e Espanha, e um dos maiores exportadores de animais vivos, focando principalmente para mercados do Oriente Médio. Todos os anos, cerca de 70 mil ovelhas são exportadas do país.
As causas do desastre ainda devem ser investigadas, mas o Diretor da Animals International para a Europa, Gabriel Paun, alega que o navio estava sobrecarregado. Há anos organizações de direitos animais tentam chamar atenção para a falta de segurança desse tipo de operação e pedem pelo banimento da exportação comercial de animais vivos, o que é considerado uma das mais cruéis atividades relacionadas à produção animal.