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Prevenir pandemias pode ser 100 vezes mais barato do que combatê-las

  • Daniel Barbosa
  • 22 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura

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Um novo relatório, publicado pela Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services (IPBES), revela que novas pandemias não só se tornarão mais frequentes, como também se tornará mais caro remediá-las do que reduzir os riscos de elas sequer acontecerem. O estudo estima que pode ser em torno de cem vezes mais barato prevenir novos surtos do que responder a eles.


Os especialistas responsáveis pelo relatório sugerem que a taxação sobre o consumo de carne e a produção pecuária é uma de uma série de opções de políticas públicas que poderiam reduzir e combater os riscos de novas pandemias. Em outras palavras, nós precisamos nos distanciar do consumo de produtos animais para preservar nossa própria segurança.


Pandemias não são surpresas


A covid-19 é apenas uma na longa lista de pandemias e doenças infecciosas causadas pela exploração e pelo consumo de animais por todo o mundo. Ela é, no mínimo, a sexta pandemia global desde a gripe espanhola, em 1918. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 75% de todos os patógenos emergentes da última década foram zoonóticos, o que significa que tiveram origem em animais antes de começarem a infectar humanos. Foi este o caso das gripes suína e aviária, da doença da vaca louca, ebola e até mesmo o HIV/AIDS, que foi traçado à caça de chimpanzés décadas atrás. Com a expansão global da pecuária intensiva sobre habites selvagens e o amontoamento de animais em espaços insalubres cada vez menores, o surto de novos doenças infecciosas de escalas pandêmicas é altamente provável.


Mas esses não são os únicos mecanismos que relacionam a indústria pecuária a novas pandemias. 75% de todos os antibióticos produzidos no mundo são usados em animais na pecuária. O uso sistemático e arbitrário desses medicamentos na agricultura animal tem estimulado o desenvolvimento de cepas de bactéria resistentes a antibióticos, o que já tem resultado em consequências catastróficas para a medicina e a saúde mundial. Paralelamente, o desmatamento não só está associado a maiores riscos de surtos de doenças infecciosas, como também os investimentos necessários estimados para os prevenir custariam apenas metade do valor que é atualmente gasto em respostas tardias a esses mesmos surtos.


Em 2004, a American Public Health Association (APHA), publicou uma resolução pedindo pela suspensão temporária da pecuária intensiva porque as evidências de eminentes catástrofes – tanto para animais quanto para humanos – já eram muito claras. A pandemia de coronavírus que nós agora enfrentamos não é nenhuma surpresa; nós poderíamos ter nos preparado para isso. Se não exigirmos uma transformação urgente de nossos sistemas de alimentação, a próxima pandemia global chegará de maneira fulminante. De acordo com o Dr. Michael Greger, autor do livro How to Survive a Pandemic (Como Sobreviver a Uma Pandemia), o surgimento de uma nova doença zoonótica capaz de dizimar metade da humanidade “nunca é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’”.


Se você deseja se juntar a nós na luta por um futuro livre de pandemias, por favor, assine nossa petição pedindo que governos tomem atitude para prevenir novas pandemias aqui.



 
 
 

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